Companhia Paulista de Estradas de Ferro


O TREM EM PIRASSUNUNGA
The Cordeirópolis - Descalvado Branch of Companhia Paulista




APRESENTAÇÃO


19/02/2000 - Estação Guanabara - Rio Claro - SP
Fotografia de Zacarias José de Lima




O presente trabalho tem por escopo resgatar, recuperar, preservar e divulgar de forma didática, parte da História da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

A utilização de seu conteúdo está restrita às finalidades culturais sem fins lucrativos e/ou comerciais.

Toda publicação de textos e de imagens são acompanhadas dos devidos créditos, seja como fonte de pesquisa ou em legenda.

O trabalho encontra-se em aberto para com a aquisição de material que proporcione enriquecimento em seu todo.



A CONCEPÇÃO E A EVOLUÇÃO DO TRABALHO

Foi na cidade de Pirassununga, SP, nas férias de julho de 1964, quando da minha estada na cidade pela primeira vez, que eu iniciei minhas primeiras observações sobre trens. Após algumas horas, e a poucos metros da residência de meus avós, pude ouvir a passagem de uma composição da Companhia Paulista, proveniente de São Paulo. Fui informado que eram 20h30. No dia seguinte, no mesmo horário, fui com meu avô à cancela da Rua Joaquim Procópio de Araújo com a Rua General Osório, cerca de uma quadra e meia de sua casa. Em data que não recordo, foi a primeira vez que vi aquele trem. Prestei atenção em todos os detalhes: o funcionário da Companhia saindo da guarita com sinaleiro, o fechamento da cancela e a passagem do trem. Fiquei muito impressionado com o que vi. Até hoje sinto o deslocamento de ar com a passagem dos carros.

Meus avós, Magnólia Maria Botelho e Mílton Soares Botelho, chegaram a Pirassununga em novembro de 1942, quando ele veio aqui servir no Quartel do Exército como Aspirante à Oficial, no Regimento de Cavalaria. Residiram por 15 meses na Rua Prudente de Morais, de frente para a praça que possui um avião, no prédio de atual numeral 3234, hoje um Consultório Dentário pertencente a Dra. Paula F. Elias de Souza. Minha mãe, Lucimar Botelho da Silva, foi aluna da Profa. Yolanda Del Nero. Voltaram para cá em 1964, após a Reforma Militar. Eles contaram muitos detalhes de como eram as coisas naquela época, inclusive sobre as locomotivas a vapor e seus apitos de vozes. Em julho de 1964 e de 1968, minha família retornou para São Paulo de trem pela Companhia Paulista, partindo no trem das 2h00. E depois, foram muitas férias até os dias de hoje, cujas lembranças vivem num eterno passado.

Após muitos anos, tudo se desfez, e hoje não restam nem sombras do que um dia foi a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que tanto orgulho trouxe para o Estado de São Paulo. Assim, quando de meus deslocamentos pela cidade de Rio Claro, após o contato com o Chefe do Horto Florestal, Estevam José de Godoy, pude folhear o livro intitulado "O Eucalipto", de Navarro de Andrade. Estava decidido que faria um trabalho sobre a ferrovia, mas limitado apenas ao Ramal de Descalvado. Isso foi no ano de 1999.

As primeiras imagens foram obtidas de forma digital. Quando de minha visita a Cordeirópolis, soube que deveria procurar um ex-ferroviário de Santa Gertrudes conhecido por "Guerrinha". Visitei o "Guerrinha" duas vezes, e na última obtive um vasto conjunto de fotografias e impressos, detalhadamente estudados um a um. O trabalho foi inaugurado aos 21 de agosto de 1999. À medida que o tempo foi passando, consegui apoio da União dos Ferroviários Aposentados, UFA, de Rio Claro, e outros, devidamente citados e observados no trabalho.

Entendo que o trabalho cresceu muito com a inclusão de material cedido pelo Sr. Maurício Corrêa Dias, de Santa Rita do Passa Quatro, onde pude iniciar algumas pesquisas sobre o tempo da Companhia Fluvial e a vinda de D. Pedro II à Fazenda Paulicéia, de propriedade de seu pai, local até onde os trilhos chegavam naquela cidade, e do encaminhamento de textos com muitos detalhes fornecidos por Ralph Mennucci Giesbrecht, autor dos livros "Sud Mennucci: memórias de Piracicaba, Porto Ferreira, São Paulo..." e "A Estrada do Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana", além do apoio de Werner Vana, um grande colaborador em outro trabalho que iniciei, intitulado "Museu do Transporte Público Gaetano Ferolla", sobre o antigo Museu da CMTC e sobre parte da história dos transportes coletivos ao bairro de Santo Amaro, na cidade de São Paulo.

Penso que expliquei a origem de tudo e, assim sendo, devo aos meus avós o êxito por ter conseguido algo sobre a antiga Companhia Paulista, que infelizmente já se foi. Quanto a Ralph Giesbrecht, ele deve sentir o mesmo, porque como neto de Sud Mennucci, sabe que seu avô viajava constantemente de trem às cidades próximas como Descalvado, Pirassununga, Santa Rita, casando-se em 1917, na cidade de Porto Ferreira.


Meus avós de Pirassununga em foto de 28 de janeiro de 1975
Fotografia de Murilo Álvares da Silva



Sud Mennucci e sua esposa, Maria da Silva Oliveira, em fotografia de 1936
Extraído do livro de Ralph Giesbrecht "Sud Mennucci: memórias de Piracicaba, Porto Ferreira, São Paulo..."



Lei nº 5988 de 14/12/1973

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