Companhia Paulista de Estradas de
Ferro
Baldeação
Baldeação
KM 39,940 (do
ramal de Santa Veridiana)
KM 190,075 (do tronco da Mogiana)
Inaugurada em
01/06/1913
Uso atual: demolida
A estação de Baldeação foi inaugurada em 1913 com o objetivo de
resolver de vez os problemas entre a Mogiana e a Paulista devido às invasões das
zonas privilegiadas uma da outra, numa situação que remontava ao ano de 1882 e
causada principalmente pela estação de Lage, que segundo a Paulista, estava
construída dentro de sua área. Com a nova estação, as duas ferrovias poderiam
trocar de cargas e passageiros, vindos ou do tronco da Mogiana, ou do ramal de
Santa Veridiana, da Cia. Paulista; um verdadeiro "acordo de paz". A estação foi
construída em conjunto e a sua administração era feita pela duas companhias. No
mesmo "pacote", foram construídas mais duas estações no baixo rio Mogi:
Guatapará e Pontal. O relatório da Mogiana referente a 1912 dizia: "Em
09/07/1912, ficaram concluídas as obras da estação de Baldeação, km 194
(quilometragem da época). Elevação da linha na extensão de 400 m com altura
máxima de 5 m acima dos trilhos e 8 m acima do terreno natural; largura média 50
m. Duas grandes plataformas revestidas com guias de pedra e lagedos artificiais
aparelhados com duas grandes coberturas, fornecidas por casa Haupt & Cia.,
uma de 170 m de comprimento por 13 de largura para abrigar a plataforma de
passageiros, fica no centro das duas linhas e os respectivos trens das
linhas-tronco da Mogiana e principal da Paulista, e outra cobertura com mesma
largura, mas com comprimento de 70 m, somente para a baldeação de mercadorias e
com uma parte de 20 m de extensão fechada e assoalhada para armazém de
mercadorias. 5 desvios com bitola de 1 m, e, anexo à plataforma, um pavilhão com
duas salas para a instalação do escritório do Chefe da Estação, e repartição dos
telégrafos com postigos para a venda de bilhetes. Seis casas para pessoal e mais
uma casa para a moradia do chefe da estação". Ela se situa muito
próxima à sede da Fazenda Santa Veridiana, cujo prédio majestoso ainda
sobrevive, em excelente estado, e que chegou a ser a maior fazenda de café do
País. Com a modificação do tronco da Mogiana, no final dos anos 50, a estação
passou a ser apenas a ponta de um curto ramal de bitola métrica que saía da
estação de Coronel Corrêa-nova; finalmente, em 03/01/1967, a estação e o ramal
foram desativados. De localização difícil, ela ainda existe, em parte: sem a sua
enorme cobertura metálica, o pequeno postigo no fim da plataforma,
relatado na narrativa acima, ainda sobrevive, talvez esperando que alguém compre
bilhetes no meio de um nada que nem trilhos mais tem. Sem a sua enorme cobertura
metálica, e sem o postigo, que até há poucos anos ainda sobrevivia de pé, nada
mais resta no local, aliás muito bonito, a não ser a plataforma já desgastada
pelo tempo e coberta de mato, e uma casinha ao lado, que era provavelmente a
casa do telegrafista. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro "A Estrada do
Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa
Veridiana")
![](estbald_detalhe.jpg)
![](estbald_menor.jpg)
Acervo do Museu e Biblioteca da Companhia Paulista -
Jundiái
Setembro de 2000