Companhia Paulista de Estradas de Ferro




Cordeirópolis



KM 116,965

Inaugurada a 11/08/1876

Uso atual: plataforma de embarque e desembarque. Abandonada.

Cordeiro, ou Cordeiros, era um lugar perdido perto da histórica Fazenda Ibicaba que acabou sendo escolhida para ponto de saída da estrada do Mogy-Guassú, porque, apesar do seu isolamento, apresentava condições técnicas mais favoráveis para a saída da nova linha. A estação foi inaugurada em 11 de agosto de 1876, no mesmo dia da abertura da estação de Rio Claro, como um barraco de madeira, como a maioria das estações daquele tempo. Seu nome vinha da existência por ali de cordeiros – ou seja, fabricantes de cordas. Mesmo com o isolamento, somente cinco anos mais tarde se pensou nos funcionários do local, de acordo com o relato de 1881: "Em Cordeiro tambem se construiu um rancho de madeira para os empregados dalli, visto não haver commodidade alguma naquelle logar". Dois anos depois, construiu-se um botequim na estação, e sabe-se que a estação de alvenaria foi erigida nessa mesma época. Em 1914, o prédio foi reformado e ampliado, ganhando um botequim novo em forma de quiosque, no centro do triângulo formado pelo prédio da estação e as plataformas de embarque de cada uma das duas linhas. O quiosque tornou-se famoso pela sua beleza e arquitetura. Cordeiros tornou-se, então, mantendo basicamente o mesmo prédio de 1883, uma das estações mais belas da Paulista. Em 1916, com a modificação das linhas de bitola larga da Paulista, Cordeiro continuou como uma estação do tronco principal, mas a linha para Descalvado se tornou a partir daí o ramal de Descalvado, e o tronco seguia para Rio Claro e São Carlos. Nos anos 40, a cidade emancipou-se como Cordeirópolis, e, a partir de fevereiro de 1977, os trens de passageiros para Descalvado passaram a não mais circular. Cordeirópolis continuou a atender os passageiros do tronco, com a estação seguindo ativa até 1995. O abandono veio em seguida. Mesmo embarcando uma quantidade muito diminuta de passageiros até hoje, o prédio foi sendo invadido aos poucos por mendigos, que causaram dois grandes incêndios, um, em 1993, que destruiu totalmente o belo quiosque de madeira, e teria sido causado por um funcionário da Fepasa descontente, e outro em 1995, depois do fechamento, que destruiu o interior da casa de controle, do outro lado da plataforma em relação ao prédio da estação. Aliás, ainda pode se ler no dístico pintado na casa de controle, o nome Cordeirópolis, e, por baixo dele, apagado, o nome antigo: Cordeiro. Sem portas e janelas, e um prédio totalmente vazio e depredado, Cordeirópolis parece gritar por socorro para cada trem que passa por ali. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro "A Estrada do Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana")


década de 30


1970


maio de 1993


julho de 1999

Colaborador: Francisco Vilson Pinto - Cordeirópolis - SP - fotos branco e preto e maio de 1993