Companhia Paulista de Estradas de Ferro




Loreto



KM 138,780

Inaugurada a 08/12/1899

Demolida

Aberta em 1899, sem merecer uma linha de citação sobre isso no relatório da Companhia Paulista, a estação de Loreto se situava onde hoje está o bairro e a igreja do mesmo nome. Um dos mais importantes hortos da Cia., o Horto de Loreto, era atendido por esta estação, e, nos anos 30, o maestro e compositor Villa-Lobos teria composto a música Trenzinho Caipira baseado nesta estação, depois de ter nela desembarcado para visitar a Fazenda Santo Antonio, da família Silva Telles, que costumavam seguir dali para o seu destino em carruagens. Ao redor da igreja costumava-se fazer festas em homenagem a Nossa Senhora do Loreto, todos os anos, festas para as quais a Paulista cedia trens especiais que carregavam os convidados. Nos anos 70, isso acabou. A estação foi desativada em 1962, de acordo com o relato de seu último chefe, depois removido para a estação de Cordeirópolis (onde trabalhou de 1963 até 1966, quando se aposentou), Isaías Barreto, hoje (em 2000) com 82 anos. O depoimento de João Mello, hoje veterinário em Araras, e nascido na frente da estação, é nostálgico: "Eu costumava entrar no armazém com meus amigos e galgava os sacos de açúcar; deitados lá em cima deles, ficávamos observando o carregamento dos trens. Eu morava na casa na frente da estação, e participava de todas aquelas festas; trens especiais da Paulista traziam quem quisesse participar. Hoje a casa, que tivemos de vender, foi totalmente descaracterizada, e o pomar, destruído". A igreja hoje está fechada, sendo uma das poucas construções que sobraram na vila, semi-abandonada. Em 1986, a estação ainda estava de pé, abandonada; foi demolida pouco tempo depois. Perto dali fica a sede do Horto de Loreto, da Paulista, hoje semi-abandonado e invadido pelos sem-terra, embora a casa tenha sido recentemente restaurada. Os trilhos foram retirados em outubro de 1998. A pintora Célia Barcellos imortalizou a estação a partir de uma velha fotografia, em dois desenhos em branco e preto. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro "A Estrada do Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana")


Década de 50



Fotografia cedida por Clotilde Campagna Batistella - Loreto, Araras - SP



Fotografia cedida por Cesário Batistella - Loreto, Araras - SP


Novembro 1999